terça-feira, 17 de julho de 2007

NOVO PROJECTO SOCIAL, CULTURAL E RECREATIVO PARA A RIBEIRA DE MEGA


A União Progressiva de Milreu e Povoações Limítrofes, a seguir designada UPMPL, foi fundada em 30 de Maio de 1956, em pleno Estado Novo. Os primeiros estatutos, dactilografados em 9 meias folhas de papel selado, com 11 capítulos e 41 artigos, foram aprovados pelo Governador Civil do Distrito Administrativo de Lisboa em 16 de Outubro de 1957.

A direcção da UPMPL de então, desenvolveu intensa actividade regionalista, batendo-se pela defesa dos interesses da sua terra, contribuindo de forma significativa para a melhoria das condições de vida dos seus conterrâneos.


Figura 1. A foto remonta a 1957, aquando da inauguração da Escola Primária de Milreu, vendo-se ao centro Claudino Alves de Almeida e o Dr. Armando Simões, antigo presidente da Câmara Municipal de Góis.

Foram várias as iniciativas tomadas e melhoramentos conseguidos, dos quais se podem destacar:

  • Diligências junto do poder local e doação de terrenos para instalação da Escola Primária de Milreu [Figura 1], concretizada em 1957 com uma população escolar de aproximadamente meia centena de alunos;
  • Construção da Capela de Nossa Senhora de Fátima com terrenos, materiais e mão de obra cedidos pelo povo [Figura 2];
  • Abastecimento de água em parceria com a Câmara Municipal de Góis;
  • Várias acções conjuntas com a Comissão de Melhoramento de Cortes, liderada pelo saudoso Claudino Alves de Almeida, junto da Autarquia e da Concessionária para obtenção do fornecimento de energia eléctrica, concretizado na década de 70;
  • Alcatroamento das estradas;
  • Reparação de caminhos e pontes.

Figura 2. Capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima e restaurada em 1988.

A UPMPL caracteriza-se por um historial de acção associativa e cooperante em prol da defesa dos interesses das pessoas residentes ou ligadas à zona da Ribeira de Mega, sendo localmente legitimada como uma associação capaz, interventiva e representativa nos domínios social, cultural e recreativo.

Esta zona foi fortemente afectada pela desertificação que o interior do país sofreu na segunda metade do século passado, facto que abalou de forma significativa os propósitos da UPMPL, originando um vazio de vários anos. No entanto, o regresso às origens de muitos naturais que concluíram os seus percursos profissionais e chegaram ou vão atingir a idade da aposentação, veio dar nova vida e alento às aldeias locais. São muitas as casas recuperadas ou restauradas e de novo habitadas na aldeia de Milreu [Figuras 3[1] e 4] e nas aldeias limítrofes: Candeia [Figura 5], Conhal [Figuras 6 e 7] e Seixo [Figura 8].


Figura 3. Vista geral da aldeia de Milreu.


Figura 4. Vista parcial da aldeia de Milreu, a partir da aldeia limítrofe de Candeia situada a nascente desta. Ao fundo destes lugares, corre a Ribeira de Mega que separa a freguesia de Alvares, da freguesia de Pedrógão Grande.


Figura 5. Vista geral da aldeia de Candeia.

A UPMPL reveste-se agora ainda de maior importância e com necessidade de intervir para ajudar a colmatar novos problemas que se colocam aos residentes e àqueles que, não residindo habitualmente nestas localidades, se deslocam para aqui repousar ou fazer férias.

São também alguns os jovens casais que optaram por não abandonar a sua terra e aqui encontrar a sua forma de vida. Há famílias inteiras que aqui continuam e aqui são felizes com os seus filhos, mas que ambicionam por melhores condições de vida.

Por tudo isto a UPMPL foi revitalizada. Tem novos corpos gerentes e os estatutos foram actualizados em 30 de Outubro de 2004 para corresponder a novas solicitações. Este novo grupo de pessoas está determinado e motivado para prosseguir com os propósitos originais e alargar a sua intervenção, tendo em conta as novas realidades com que se depara, devidas, em grande parte, à evolução dos tempos. Para tal efeito, também urge reunir os meios logísticos que permitam fazer face aos novos desafios com novos cenários culturais e sociais, tendo presente que, apesar da interioridade, todos têm direito a beneficiar e participar das vantagens do desenvolvimento e da sociedade global da informação da comunicação e do conhecimento, sentindo coesão social e plena integração no Estado de Direito.

Na prossecução destes propósitos, pretende a direcção da UPMPL proceder ao aproveitamento do edifício da antiga escola primária de Milreu para as seguintes finalidades:

  • Instalação da sede da UPMPL;
  • Criação de um gabinete médico e de enfermagem para benefício da população em geral e dos idosos em particular;
  • Criação de um pequeno museu e de um espaço destinado a exposição documental antiga tradutora da evolução histórica local;
  • Criação de um espaço para realização de actividades culturais e recreativas.

Figura 6. Vista da aldeia de Conhal, onde se pode observar diversas casas reconstruídas e uma casa com ameias em construção.

Figura 7. Vista do lugar de Conhal de lá (do outro lado da Ribeira de Mega).

Figura 8. Casa antiga restaurada no lugar de Seixo por descendentes que aqui passam os fins de semana e períodos de férias.

Figura 8a. Ribeira de Mega no lugar de Candeia.

[1] No interior dos círculos vermelhos das fotos das figuras 3 e 5 inscreve-se o edifício da antiga Escola Primária de Milreu.

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